Em protesto

Paralisações na Educação devem ser de 48 horas em setembro

Enquanto debatem para decidir data, instituições federais de Ensino Superior já cogitam greve por tempo indeterminado

Carlos Queiroz -

O mês de setembro - decisivo para as finanças das instituições federais de Ensino Superior - deverá ser marcado também por novas manifestações, de uma ponta a outra do país. Em reunião neste final de semana, em Brasília, as discussões apontaram à nova paralisação nacional da Educação; desta vez por 48 horas. As datas ainda não estão definidas, mas professores devem realizar assembleias gerais até o dia 10, para decidir o calendário de mobilização. A expectativa é de que o movimento ocorra nos dias 17 e 18 ou 24 e 25 de setembro.

Os cortes no orçamento - que colocam o funcionamento das instituições em risco -, o programa Future-se e as intervenções do governo de Jair Bolsonaro (PSL) na indicação de reitores - sem respeitar a Lista Tríplice, como ocorreu na última semana - despontam entre as motivações. "Não estamos restritos à pauta deste recurso que está contingenciado. A autonomia universitária, a liberdade de cátedra são pontos que integram a nossa pauta", sustenta a secretária geral da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pelotas (ADUFPel), Míriam Alves, que participou dos debates neste final de semana.

E é, justamente, alicerçada sobre estes argumentos que a categoria aposta: o movimento não tende a se esvaziar caso o Ministério da Educação (MEC) libere parte dos recursos bloqueados, como tem prometido em reuniões e pronunciamentos à imprensa. Pelo contrário. A expectativa é de que as discussões ganhem força.

Manifestos podem evoluir à greve por tempo indeterminado
A falta de investimentos públicos no setor, com a Emenda Constitucional 95 - que estabelece o Teto de Gastos -, desponta entre as justificativas para que professores e técnico-administrativos de instituições federais de Ensino Superior busquem apoio de colegas da Educação Básica, a cada novo ato desencadeado no país. "Pensar nos recursos para Educação é muito mais amplo do que lutar pela liberação desta verba retida das universidades e dos IFs. A Emenda Constitucional 95 é a nossa grande luta", destaca Míriam Alves. E refere-se a contatos com líderes do Cpers-Sindicato e do Sindicato dos Municipários de Pelotas (Simp), em nome da educação pública de qualidade.

Entre profissionais do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul), em Pelotas, também crescem as críticas ao Future-se - que delegaria a gestão das instituições a Organizações Sociais (OSs) -, aos cortes de verba e à intervenção do MEC na indicação de reitores. A falta de concursos públicos para viabilizar o reforço nas equipes dos campi que ainda estão em fase de implantação também preocupa. E, somado à conjuntura nacional e às avaliações da categoria, reforça a projeção de uma greve nacional da Educação por tempo indeterminado no Brasil. "Do jeito que está não nos restará outra alternativa", afirma o coordenador de Políticas de Ação e Organização do Sinasefe, Francisco Brongar.

Relembre
Na última semana, o Diário Popular mostrou que UFPel e IFSul não haviam recebido ainda nem o total de recursos que deveriam chegar aos cofres, após o anúncio dos cortes, no mês de maio. O momento, portanto, era de tensão e de cálculos para avaliar onde promover novos enxugamentos. Tudo para evitar a interrupção das atividades.

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